“Nesta semana quero encerrar todas as explicações necessárias para desmascarar as farsas publicadas”, disse ele, que confirma que precisa seguir com a sua agenda no ministério. “Pretendem tirar um ministro de Estado no grito”, disse o ministro.
Sergio Lima – 18.out.2011/Folhapress | |
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O ministro do Esporte, Orlando Silva, prestou esclarecimentos ontem à Câmara |
Silva começou a ser ouvido nesta tarde no Senado, durante sessão conjunta das comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle e a de Educação, Cultura e Esporte. Ele também descreveu como “linchamento público” o que está acontecendo atualmente.
O ministro mais uma vez desafiou os acusadores a apresentarem as provas de que recebeu dinheiro público. “Desafio mostrarem o registro da minha voz e imagem”, disse.
O ministro também disse que as denúncias surgiram porque ele exigiu que a entidade do policial militar João Dias Ferreira devolvesse os recursos públicos. “Eu combati a corrupção. E o que a pessoa faz? Ela me acusa de desviar recursos públicos que ele desviou”, disse.
A fala do ministro começou repetindo o mesmo roteiro que usou na terça-feira em audiência na Câmara. Explicou que pediu investigações sobre a denúncia à Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e à Comissão de Ética da Presidência da República.
Silva depois ressaltou as suas ações a frente do Ministério do Esporte, como a realização do “melhor” jogos Panamericanos, segundo definiu o ministro, que credenciou o Brasil a disputar para ser sede das Olimpíadas. Também mencionou os esforços para a realização da Copa 2014.
“Não sabemos o valor necessário para manter essa fundação. Não se sabe se será R$ 1.000 ou R$ 1 milhão.
ENTENDA O CASO
Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista “Veja”.
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Localizado pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que irá investigar as acusações.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
ACORDO
Em entrevista publicada na terça-feira (18) pela Folha, Ferreira disse que Orlando Silva lhe propôs um acordo, em março de 2008, para que não levasse a órgãos de controle e à imprensa denúncia sobre irregularidades no Programa Segundo Tempo.
Ferreira protestou, na reunião que afirma ter tido, sobre ação do ministério que apontou irregularidades em dois convênios. O ministro nega o encontro com Ferreira em 2008. Diz que só se encontrou com ele em 2004 e 2005.
Ontem, o delator participou de reunião com lideranças da oposição no Congresso Nacional, e afirmou que em breve novos documentos serão mostrados para comprovar os desvios. Segundo ele, há “mais de 300 caixas pretas” que comprovariam as irregularidades.
Folha Online
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