O Brasil recebeu avaliações negativas num seminário realizado nesta quarta-feira (16/09) em Wall Street, na sede do banco UBS em Nova York, com economistas e gestores de instituições como Morgan Stanley e Citigroup.
Durante o evento, executivos do setor financeiro discutiram o impacto de uma alta de juros nos Estados Unidos em países emergentes. Nesta quinta-feira, o Federal Reserve – Banco Central dos EUA – decidiu mais uma vez manter inalterada a taxa de juros no país.
A economia brasileira foi classificada como “caótica”, “extremamente complicada” e com uma crise política vista como “muito séria”.
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Os executivos mencionaram também temas como crise política, ajuste fiscal, recessão, Petrobrás e corrupção. Assim como o Brasil, Turquia e Rússia foram apontadas como vulneráveis e mais propensas a sentirem os efeitos de uma alta de juros nos EUA.
“A situação no Brasil é extremamente complicada”, afirmou o diretor executivo e chefe da área econômica para emergentes do Citigroup, Guillermo Mondino, citando a crise política, a deterioração acelerada do Produto Interno Bruto (PIB) e a falta de clareza e consenso do governo sobre o que fazer para tentar “achar uma luz no fim do túnel”. “O País está em uma situação muito difícil, a crise é muito profunda e séria”, disse.
Para o executivo do Citi, se o governo conseguir implementar de forma bem-sucedida o pacote com medidas de austeridade anunciado esta semana, tem chance de evitar um novo rebaixamento do rating soberano por outra agência de classificação de risco. Mais um rebaixamento aprofundaria a recessão no País, disse ele.
O diretor de estratégia de renda fixa para emergentes do Morgan Stanley, Gordian Kemen citou a crise política, com um Congresso hostil ao governo, como um dos grandes empecilhos: “O melhor cenário parece ser uma estabilização das coisas em um nível muito baixo”, afirmou. E acrescentou: “A recomendação neste momento para estrangeiros interessados no País é de cautela”.
Para Gunter Heiland, sócio e gestor da Gramecy, gestora do Estado de Connecticut que tem US$ 5,6 bilhões aplicados em emergentes, a crise política é séria e os escândalos de corrupção que se acumulam só agravam a situação e ajudam a piorar a crise entre o Planalto e o Congresso.
O economista-chefe para América Latina do UBS, Rafael de la Fuente, que mediou o debate, apontou um risco de piora no cenário: “O Brasil tem questões, sobretudo fiscais, que, se não forem resolvidas, ficarão piores”.
G1
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