Em meio à rebelião de deputados do PMDB contra o governo, o senador Romero Jucá (RR) negou nesta sexta-feira (2) a possibilidade de o partido deixar a base aliada da presidente Dilma Rousseff.
O líder governista no Senado disse que o movimento de alguns deputados do PMDB, insatisfeitos com o espaço do partido no governo, não representa a maioria da sigla.
“Vamos conversar e acalmar os ânimos. Existe uma disputa local, que já era esperada, mas a presidente não vai se envolver nessas disputas para preservar a base”, afirmou.
Jucá disse que vai conversar com Dilma na reunião de coordenação política do governo na próxima semana para discutir a situação do PMDB. “O governo não vai se envolver em políticas regionais.”
Com o aval do vice-presidente Michel Temer, o PMDB apresentou um manifesto de deputados contra a “hegemonia” do PT. Incomodado com a generosidade do governo para a construção de um palanque sólido para Fernando Haddad em São Paulo, os peemedebistas enviaram o texto ao Planalto na tarde de ontem.
O estopim da crise foi a nomeação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para a Esplanada sem que Temer tivesse sido avisado da escolha.
O líder negou que a escolha de Crivella para o Ministério da Pesca seja o ingresso de Dilma na disputa eleitoral de São Paulo para forçar o pré-candidato Celso Russomanno (PRB) a apoiar Haddad.
“Não são os cargos que pautam esse debate. O Crivella vai ajudar no contato com o PRB e com outros partidos da base.”
O presidente do PRB, Marcos Pereira, disse que o partido não vai retirar a candidatura de Russomanno em prol de Haddad. Mas admitiu que a intenção é poupar o governo federal de ataques durante a campanha à Prefeitura de São Paulo –o que beneficia diretamente o petista.
“O partido é pequeno, só posso crescer se disputar a eleição. Mas não vamos nacionalizar a eleição”, afirmou.
Folha
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