Na verdade, diz Fuller, respirar um ar muito poluído por um curto tempo no primeiro trimestre da gravidez gera o mesmo perigo de perda do bebê do que fumar tabaco.
A pesquisa foi uma análise de casos de aborto entre 2007 e 2015 e envolveu 1,3 mil mulheres do estado americano de Utah. Os pesquisadores analisaram o risco de aborto em um período de três a sete dias depois de picos de concentração de poluentes do ar na região.
Mas, segundo os autores dos estudos, os resultados podem valer para outros locais.
“Os problemas que vivemos por aqui não são exclusivos. Conforme a população aumentar, a poluição atmosférica vai se tornar um problema maior tanto nos Estados Unidos quanto nos países em desenvolvimento”, disse Fuller.
A pesquisa foi feita de maneira que as mesmas mulheres foram analisadas em diferentes momentos (um tipo de estudo conhecido como cross-over), assim foi possível excluir outros fatores relativos ao risco de perda do bebê, como idade da mãe, por exemplo.
Como analisou casos retrospectivos, o levantamento não foi capaz de analisar a idade do feto no momento do aborto, portanto não conseguiu apontar em que momento o feto fica mais vulnerável à poluição.
A pesquisadora Claire Leiser, que coordenou o estudo, reconhece que os resultados são um retrato restrito do problema e afirma que a questão precisa ser analisada mais a fundo.
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