A geógrafa Silvinha de França, residente em Araçagi (PB), lançou recentemente o cordel “A Princesa Encantada da Lagoa do Caju”, que conta a estória de um sítio arqueológico existente no município. Este foi o seu primeiro trabalho como cordelista.
Silvinha comenta que a ideia do cordel teve início em 2009 quando fez a defesa de uma monografia na UEPB/Guarabira. Relata que na oportunidade conheceu o professor Vanderlei de Brito, de Campina Grande, que escreveu cordeis sobre sítios arqueológicos, a exemplo da ‘Pedra de Corisco’, ‘Comadre Florzinha’ e ‘A Pedra do Ingá na visão de um sertanejo’.
“Ele questionou por que eu não escrevia um folheto falando do sítio arqueológico da Lagoa do Caju, para que a população que não tem acesso ao meio acadêmico também pudesse conhecer a estória”, recorda, acrescentando que aceitou o desafio. O cordel ficou pronto em 2009 e o lançamento ocorreu no dia 6 deste mês.
Silvinha destaca que com essa obra literária teve a chance de conhecer os netos e bisnetos de Pedro Cadete, citado na narrativa, “que vieram me agradecer”. “Comenta-se que ele costumava caçar na Lagoa do Caju e teria sido o primeiro a encontrar as gravuras num lajeiro”.
Confira 3 das 56 estrofes do folheto:
Desde o tempo de menina
Que escuto o povo falar
Estórias que abomina
Por quase todo lugar
Sobre uma pobre donzela
Que aparece muito bela
Querendo desencantar.
Eu sou de Araçagi
Que foi terra do araçá
Muita estória ouço aqui
Das assombrações que há
Na Lagoa do Caju
Onde tem o sanhaçu
Ave de belo cantar.
Dizem que lá pra esse lado
Um rapaz que foi caçar
Chegou em casa assombrado
Com o que ouviu nesse lugar
O sonho de uma melodia
Numa voz fina e macia
Que lhe fez se arrepiar.
Redação/Focando a Notícia
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